
Muitas mulheres pedem socorro porque têm medo do parto, estão assustadas com o que ouviram e viram em hospitais públicos, novelas, e fofocas perinatais que sempre pipocam. A abordagem ao parto não poderá mudar se permanecer no terreno médico. Por isso não é suficiente dizer que o parto é fisiológico; apesar disto ser pura verdade, não constitui a alavanca para transformar a postura interior da mulher. Se, ao invéz, pensarmos que o parto é como uma relação sexual, podemos usar a metáfora da sexualidade para compreender melhor as exigências que um parto demanda. O parto, cumprimento de um processo que se originou numa relação sexual, conserva com esta a mesma essência. Vamos então ver qual é esta.
Para que uma relação sexual seja prazerosa você precisa de:
- no mínimo, gostar do parceiro e ele gostar de você;
- sentir-se segura e à vontade;
- sentir-se respeitada;
- estar concentrada;
- estar relaxada (física e mentalmente)
- sentir-se livre para expressar o que sente, quer e pensa;
- estar com tesão!
- ter intimidade e privacidade;
- ter tempo à vontade;
- ter algum conhecimento sobre sexualidade e reprodução;
- estar bem com você mesma (não estar angustiada com outras coisas ou se estiver conseguir ir além disso);
- estar, enfim, inteiramente presente.
O mesmo vale para o parto:
- você precisa sentir-se aceita e acolhida pelas pessoas que estão à sua volta;
- precisa se sentir segura (saber que nada de estranho, esquisito e perigoso irá acontecer);
- sentir-se respeitada;
- estar concentrada;
- estar relaxada (deixar acontecer);
- sentir-se livre para expressar o que sente, quer e pensa; ser livre para levantar, andar, virar, agachar, calar, gritar, cantar, deitar, beber...;
- estar em trabalho de parto!
- ter intimidade e privacidade;
- ter tempo à vontade;
- ter algum conhecimento sobre trabalho de parto e parto;
- estar de bem com você mesma;
- estar assim presente ao teu parto, inteira.
Uma relação sexual em que você é passiva e não ativa não pode ser prazerosa. Assim um parto em que você é somente uma paciente não vai ser satisfador. Você sofre violência numa relação sexual quando você é coibida a fazer ou deixar fazer o que você não quer, não escolheu e não consentiu em fazer. Todas as vezes em que não somos protagonistas dos episódios da nossa vida, eles se apresentam como ameaçadores, temos medo, nos sentimos à mercê e enrijecemos na tensão. No parto a falta de informação e de reciprocidade transforma a experiência num ato de violência, ou numa péssima lembrança. Uma mulher-objeto (da ação do médico) não pode abrir-se, se não à força; somente uma mulher ativa pode fazer o ato de dar à luz.
- você precisa sentir-se aceita e acolhida pelas pessoas que estão à sua volta;
- precisa se sentir segura (saber que nada de estranho, esquisito e perigoso irá acontecer);
- sentir-se respeitada;
- estar concentrada;
- estar relaxada (deixar acontecer);
- sentir-se livre para expressar o que sente, quer e pensa; ser livre para levantar, andar, virar, agachar, calar, gritar, cantar, deitar, beber...;
- estar em trabalho de parto!
- ter intimidade e privacidade;
- ter tempo à vontade;
- ter algum conhecimento sobre trabalho de parto e parto;
- estar de bem com você mesma;
- estar assim presente ao teu parto, inteira.
Uma relação sexual em que você é passiva e não ativa não pode ser prazerosa. Assim um parto em que você é somente uma paciente não vai ser satisfador. Você sofre violência numa relação sexual quando você é coibida a fazer ou deixar fazer o que você não quer, não escolheu e não consentiu em fazer. Todas as vezes em que não somos protagonistas dos episódios da nossa vida, eles se apresentam como ameaçadores, temos medo, nos sentimos à mercê e enrijecemos na tensão. No parto a falta de informação e de reciprocidade transforma a experiência num ato de violência, ou numa péssima lembrança. Uma mulher-objeto (da ação do médico) não pode abrir-se, se não à força; somente uma mulher ativa pode fazer o ato de dar à luz.
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